Página:Os trabalhadores do mar.djvu/323

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O Sr. Jaquemin Herodes approximou-se, cumprimentou, recordou em poucas palavras sobriamente altivas, a sua recente promoção, e disse que vinha, segundo o uso, apresentar aos notaveis, e a mess Lethierry especialmente, o seu successor na parochia, o novo cura de Saint-Sampson, o reverendo Joe Ebenezer Caudray, que dahi em diante seria o pastor de mess Lethierry.

Deruchette levantou-se.

O padre moço, que era o reverendo Ebenezer, inclinou-se.

Mess Lethierry olhou para o Sr. Ebenezer Caudray, e mastigou entre dentes estas palavras: mão marinheiro.

Graça apresentou cadeiras. Os dous reverendos assentaram-se perto da mesa.

O Dr. Herodes começou um speech. Tinha sabido de um acontecimento. Naufragara o Durande. Vinha, como pastor, trazer consolação e conselho. O naufragio era uma desgraça, mas era tambem uma felicidade. Sondemo-nos; não nos inchava a prosperidade? As aguas da felicidade são perigosas. Não se deve tomar as desgraças á má parte. Os caminhos do Senhor são desconhecidos. Mess Lethierry estava arruinado. Pois ser oppulento, é estar em perigo. Apparecem amigos falsos. A pobresa affasta-os. Fica-se isolado. Solus eris. A Durande dizem que dava mil libras esterlinas por anno. Era demais para um philosopho. Fujamos ás tentações, desdenhemos o ouro. Aceitemos com reconhecimento à ruina e o abandono. O isolamento dá fructos. Ganha-se nelle as graças do Senhor. Foi na solidão