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Página:Os trabalhadores do mar.djvu/628

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De fóra via-se mess Lethierry assentado á mesa diante da janella e escrevendo, com um olho no papel, e outro na machina. Estava de tal modo absorto que apenas uma vez interrompeu-se para gritar: Doce! e para pedir noticias de Deruchette. Doce respondeu: «A menina levantou-se e sahio.» Mess Lethierry disse: «Faz bem em tomar ar. Esteve incommodada de noite por causa do calor. Havia muita gente na sala. E depois a sorpreza, a alegria e as janellas fechadas. Vai ter um marido soberbo!» E tornou a escrever. Já tinha escripto e fechado duas cartas dirigidas aos mais notaveis constructores de Bremen. Acabava de fechar a terceira.

O rumor de uma roda no caes fez-lhe levantar a cabeça. Inclinou-se á janella, e vio desembocar do atalho que ia ter á casa de Gilliatt um rapaz empurrando um carrinho de mão. O rapaz dirigia-se para o lado de Saint-Pierre Port. Havia no carrinho uma mala de couro amarella com pregos de cobre e estanho.

Mess Lethierry fallou ao rapaz.

— Onde vás?

O rapaz parou, e respondeu:

— Ao Cashmere.

— Para que?

— Levar esta mala.

— Pois bem, levarás tambem estas tres cartas.

Mess Lethierry abrio a gaveta da mesa, e pegou num pedaço de barbante, enlaçou as tres cartas que acabava de escrever, e atirou o embrulho ao rapaz que o recebeu no ar entre as duas mãos.

— Dirás ao capitão do Cashmere que sou eu quem