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Página:Os trabalhadores do mar.djvu/75

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abalado. Emquanto no resto do mundo as velas faseyaient (pannejavam), barbeyaient nas ilhas de Mancha. Saute-de-vent (cambar o vento) era folle-vente. Só alli se empregavam os dous modos gothicos de amarração, a valturre e a portugueza. Só alli se davam ordens destas: Tour-et-choque!—Bosse et Bitte!—Já um marinheiro de Granville dizia le clan (o gorne), e ainda o marinheiro de Saint-Aubin ou de Saint-Sampson dizia le canal de pouliot. O que era bout-d’alonge (postura) em Saint-Malo, era em Saint-Hélier oreille d’âne. Mess Lethierry, como o duque de Vivonne, chamava o tozado do convez la tonture.

Foi com este idioma estravagante que Duquesne bateu Ruyter, que Duguay Trouin bateu Wasnaer, e Tourville em 1681 atravessou em pleno dia a primeira galera que bombardeou Argel. Hoje é lingua morta. A giria do mar é outra. Duperré não poderia entender Suffren.

Não menos se transformou a lingua dos signaes; e ha grande distancia entre as flamulas encarnada, branca, azul e amarella de Labourdonnaye e os dezoito pavilhões de hoje, que, arvorados dous a dous, tres a tres, e quatro a quatro, dão para as necessidades da combinação distante, setenta mil combinações, suprem tudo, e por assim dizer, preveem o imprevisto.