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Nostalgia do Lar
(A MEU IRMÃO POLYCARPO DE SENNA)

Longe, a perder-se de vista no horizonte embrumado, fica a minha aldeia querida, onde passei os bons dias da leve infancia innocente.

Em plagas extranhas piso e ante meus olhos humidamrente nublados por saudades mortificadoras, se extende o longo caminho agonioso do desterro temporario.

Porque vos sumis, no tredo seio voraginoso do tempo, ó fagueiras illusões, que até ha pouco me embalastes no amado berço natal?

Agora só estragos no coração e supplicios na alma me ficam... e o mais — carinhos e venturas, sorrisos e alegrias — a ausencia levou!

Adeus, pedaço ditoso de meu paiz de nascimento, onde bellezas tantas Deus reuniu, para gaudio meu e delicias de outros !

Quando ao descambar do sol, por entre as offuscantes illuminuras do occaso, eu sondo a vaga e moribunda scintillação vespertina, que espadana suaves feixes de luz por cima dos asperos frague-

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