terra, por se haver educado n’outras plagas. Seu lyrismo, quer nas bôas paginas sociaes, quer nas de subjectivismo passional, é amplo puro e grandioso.
Mello Moraes tem a imaginativa, o vago, o indeterminado de toda a bôa poesia; mas seu lyrismo é tudo quanto existe de mais avêsso ao sovado papaguear da poetica da sua patria, que o não tem apreciado na altura de seu merecimento. Inutil seria fallar en Junqueira Freire e Franklim Dorea, nomes de segunda ordem nas lettras nacionaes. Os outros não valem nada; são de quarta ou quinta categoria. Ninguem que possa emparelhar com os poetas mineiros, os maranhenses, os paulistas, os fluminenses, nem até os melhores de Sergipe.
Augusto de Mendonça, Plinio de Lima e Castro Rabello não derãm o que promettiam; e Francisco Mangabeira é ainda apenas uma bella esperança. E’ que o espectaculo e o interesse pelas cousas politicas, desde quatro seculos a esta parte, occuparam as forças vivas do bahiano.
Séde do governo brasileiro por mais de duzentos annos, continuou a ser á sua metropole ideal; á hegemonia politica sempre entre nós lhe pertenceu.
Alli é que o Estado nacional se foi formando aos poucos, a vida juridica amadurecendo lentamente, a ordem legal apaziguando os espiritos. Quando São Paulo, Rio de Janeiro, Recife não passavam em rigor de pequenos burgos sem grande importancia, já a Bahia dictava a regra a todos, nesta parte da America. Nem é mister fazer-se lembrar São Luiz, Belem, Villa Rica, Porto-Alegre, que só muito mais tarde é que surgiram para a vida politica.
Os negócios de Estado foram e são ainda agora a atmosphera em que respira desde o nascer o bahiano; su’alma faz-se n’aquello mieo, aspira aquellas auras, toma aquelles sulcos e despede irrestivelmente aquella nota: a politica é o seu dominio eminente. E’ por isso que tem tido bons jornalistas, grandes oradores, habeis diplomatas, notaveis estadistas e poetas mediocres, com excepção, é caso de repetir, de