Poesia socialista das mais brilhantes da lingua portugueza, que li em tempo e está a fazer seria falta nos Dias e Noites.
O terceiro grupo de poetas apparece, na classificação proposta, em lista aberta por Sylvio Roméro, o auctor destas linhas.—Não é vaidade ; é apenas preito a verdade historica mais restricta.
Quando o romantismo entrou a desmantelar-se, exactamente pelo grande fracasso da escola condoreira, antes do advento do parnasianismo, tivemos aqui no Brasil, como na Europa, um momento, curto é certo, em que surgiu o scientificismo na poesia. André Lefevre, com sua Epopéa Terrestre, Sully Prud’homme, com seu poema A Justiça, foram os chefes d’esse poetar em França, já antes iniciados por algumas paginas da Lenda dos Seculos, de V. Hugo, e dos Poemas Barbaros, de Lecomte de Lisle.
Em Portugal as Odes Modernas, de Anthero du Quental, e a Visão dos Tempos, de Theophilo Braga, são repercussões d’essa corrente.
No Brasil esse scientificismo, esse philosophar na poesia foi nomeadamente iniciado por meus Cantos do Fim do Secido publicados em livro no Rio de Janeiro em 1878 e nos jornaes do Recife desde 1870.
As Visões de Hoje de Martins Juino obedecem a essa tendencia. Depois é que apparcceu o naturalismo, quo não medrou jámais na poesia, tudo prosperar no romance e no conto ; depois é que insurgiu o parnasianismo, que prosperou brilhantemente no verso, até chegar, em dias de agora, o momento do symbolismo.
Esta é a verdade dos factos, felizmente reconhecida no Magasin für de Literatur dês Auslandes, na Allemanha, por penna competente ; por Clovis Bevilaqua, Arthur Orlando e Martins Junior (Epocas Individualidades, Philocritica, A Poesia Scientifica), em Pernambuco ; por Livio de Castro, no Rio de Janeiro ; por Joaquim do Prado Sampaio, em Sergipe.
O ultimo que faz parte d’este Parnaso, no grupo alludido, escreveu no prologo de suas Locubrações : «Comprehendo a poesia como a synthese deslumbrante de todos os principios que até aqui