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parnaso sergipano
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Foi n’uma noite de maio ;
E do céu a sentinella
Nocturna mandava um raio
Velar no aposento d’ella.
E eu, a sós co’os meus amores,
Entre os effluvios das flores,
Qu’embalsamam seu jardim,
Tinha o joelho no chão,
Nos labios o coração,
Batendo de amor sem fim.

Eu lhe dizia :—por Deus,
Mulher celeste, sê-minha,
Que nos rudes versos meus
Hei-de cantar-te rainha.
Será tão grande o meu canto,
Hei-de requintal-o tanto,
Tão alto farei que assome,
Que o universo assombrado,
De meu canto extasiado,
Ao cèo levará teu nome.