E esse nome apurado em mil aromas,
Que rescenderam das ambroseas comas
Da virgem, que por mãe Christo escolheu :
Esse nome melhor que um beijo hellenico,
Mais mimoso e melhor que um riso edenico,
Esse nome, Maria, é o nome teu!
Si tinhas o pallor das santas virgens,
Nos labios o aromar dos nenuphares ;
E si tinhas no olhar divas scentelhas,
Si Deus no olympo te daria altares ;
Como, pois, não te amar, rojado ás plantas,
Não morrer a teus pés, ouvindo os trilos
De tua doce voz, que antes ouvil-os
Que ouvir os psálmos de harmonias sanctas ?!
Filha dos sonhos, divinaste o canto,
Que o Verdi traduzio do fundo d’alma.
A propria Malibran cedera a palma,
Louca escutando de tal voz o encanto.
Ai não cantes assim ! tem tal magia
A tua meiga voz, que eu renegara,
Somente para ouvir-te, o sol do día
Que as estradas do céo de luz aclara ;
E cego de ambição me arrojaria
No cháos trevoso da descrença ignara!
Ai não cantes assim ! tem tal poesia
A tua meiga voz, que felicidade
Fora, ao certo, gosar da eternidade
Ouvindo um cysne descantando amores.