Página:Parnaso Sergipano (Volume 1).pdf/59

Wikisource, a biblioteca livre
PARNASO SERGIPANO
31



Que vida de louca ! Que amores ! Que ditos !
Que voz que ella tem !
Seus olhos são grandes, são pretos—bonitos—
Relusem tão bem !…

Que momo engraçado!
Seu pé delicado
Mal toca no chão !
Arfava-lhe o seio
De enleio
Innocente !
Olhou me de frente,
Parando…
Corando…
Scismando…
Trovou-me da mão.

Medita enleiada,—talvez vergonhosa,—
Das graças que fez.
Agora tremendo parece uma rosa
Cahindo de vêz !

—«Que sentes, morena ?
Acaso tens pena
Que eu morra por ti?
Que sorte, querida !
Que vida,
Innocente !
Viver docemente
Te amando…
Brincando…
Beijando…
Teus labios—aqui !

Olhou-me raivosa ! Seus labios tremendo
De vivo coral
São mudos, não fallam.—Nos ares movendo
Mostrou-me o punhal.