As feridas que faz o mesmo Amor as cura;
Brandem armas iguaes Achilles e Cupido.
Queres ver n’outro amor o teu amor perdido?
Samos o tem de sobra.
Eu, Myrto, eu sei amar;
Não fio o coração da inconstancia do mar.
Não tenho galeões rompendo o seio a Thetys,
Estrada tanta vez ao torvo e obscuro Lethes.
Aqui me tens; sou teu; escreve a minha sorte;
Pódes doar-me a vida ou decretar-me a morte.
Mas, se eu volto...
Pois bem! aonde quer que te vás
Irei comtigo; a deusa indomita e fallaz
Ser-me-ha hospede amiga; ao pé de ti a escura
Noite parece aurora, e é berço a sepultura.
Quando falla o dever, a vontade obedece;
Eu devo ir só; tu fica, ama-me um pouco e esquece.
Tens razão, bella Myrto; escuta o teu dever.
Ai! é facil amar, difficil esquecer.