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LXII


Aspira ao largo; pulsão-lhe no peito
Uns Ímpetos de vida; outro horizonte,
Tumidas vagas, temporal desfeito,
Quer com elles lutar fronte por fronte.
Deixa o tranquillo amor, casto e perfeito,
Pelos brodios de Venus de Amathonte;
A existencia entre flôres esquecida
Pelos rumores de mais ampla vida.

LXIII


Nas mãos da noite desmaiára a tarde;
Descem ao valle as sombras vergonhosas;
Noite que o céo, por mofa ou por alarde,
Torna propicia ás almas venturosas.
O derradeiro olhar frio e covarde
E umas não sei que strophes lamentosas
Solta o poeta, emquanto a triste Elvira,
Viuva antes de noiva, em vão suspira!

LXIV


Transpõe o mar Heitor, transpõe montanhas;
Tu, curiosidade, o ingrato levas
A ir ver o sol das regiões estranhas.