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No thalamo encantado do occidente,
O vento melancolico gemia,
E a onda murmurando,
Nas convulsões do amor beija a areia,
Ias tu junto d'elle, as mãos travadas,
Os olhos confundidos,
Correr as brandas, somnolentas aguas,
Na gondola discreta. Amenas flôres
Com suas mãos tecião
As namoradas Horas; vinha a noite,
Mãi de amores, solicita descendo,
Que em seu regaço a todos envolvia,
O mar, o céo, a terra, o lenho e os noivos.
Mas além, muito além do céo fechado,
O sombrio destino, contemplando
A par do teu amor, a etherea vida,
As santas effusões das noites bellas,
O terrivel scenario preparava
A mais terriveis lances.
Então surge dos thronos
A prophetica voz que annunciava
Ao teu credulo esposo: