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Como um bafo suavissimo da noite,
        Vem sussurrando o vento
As arvores agita e imprime ás folhas
        O beijo somnolento.
A flôr ageita o calix: cedo espera
O orvalho, e emtanto exhala o doce aroma;
Do leito do oriente a noite assoma
        Como uma sombra austera.

Vem tu, agora, ó filha de meus sonhos,
        Vem, minha flôr querida;
Vem contemplar o céo, pagina santa
        Que amor a ler convida;
Da tua solidão rompe as cadeias;
Desce do teu sombrio e mudo asylo;
Encontrarás aqui o amor tranquillo.....
        Que esperas? que receias?

Olha o templo de Deos, pomposo e grande;
        Lá do horizonte opposto
A lua, como lampada, já surge
        A alumiar teu rosto;
Os cirios vão arder no altar sagrado,
Estrellinhas do céo que um anjo acende;