A TEMPESTADE.
Sibilla o vento: — os torreões de nuvens
Pésam nos densos ares:<poem>
Ruge ao largo a procella, e encurva as ondas
Pela extensão dos mares:<poem>
A immensa vaga ao longe vem correndo,
Em seu terror envolta;<poem>
E, d’entre as sombras, rapidas centelhas
A tempestade solta.<poem>
Do sol no occaso um raio derradeiro,
Que, apenas fulge, morre,<poem>
Escapa á nuvem, que, apressada e espessa,
Para apaga-lo corre.<poem>
Tal nos affaga em sonhos a esperança,
Ao despontar do dia,<poem>
Mas, no acordar, lá vem a consciencia
Dizer que ella mentia!