A ti, affeita a mim, affiz-me em breve.
Meu unico recreio
Era brincar comtigo.
Ao veres-me encerrar no pobre alvergue
Gorgeiavas, e o tedio o canto amigo
Volvia em brando enleio.
Meu amor te suppria a liberdade;
Meus passos traduzias,
Meu gesto, meu falar;
Repetias-me o nome em teus modilhos;
Punhas-te a chilrear
Quando sorrir me vias.
Oh, que par! Que viver sereno e sancto!
Estavamos tão bem!
Nosso parco alimento
Com a ponta da agulha eu mourejava,
E dizia scismando:―o meu sustento
É o delle tambem.»
Sementes varias dava-te co' a alpista,
E, qual ramalhetinho
Feito na orla do prado,
Á 'splendida gaiola atar me vias,
Para debique teu, de herva um punhado,
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