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Página:Pushkin-Semtitulo.pdf/18

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A MANCENILHA

 
a arvore do veneno.
 

Lá, no extenso deserto, arido e resequido,
n՚um solo rubro até por um calor ardente,
a mancenilha existe, unica no universo,
qual firme sentinella ameaçadora e ingente.

 

A essencia especial das planicies sequiosas
desenvolveu-lhe um dia atroz rancor sanhudo:
e o pallido verdor das hastes, e as raizes,
subtilmente embebeu com um veneno agudo.

 

Pela casca, atravez, gotteja-lhe o veneno,
fundindo-se ao calor que ao meio dia empina,
e pelo anoitecer começa a concretar-se
em forma de uma espessa e limpida resina.

 

Os tigres fogem della e as aves della fogem.
só o negro turbilhāo, nem sempre em furia alado,
passa sem se deter pela arvore da morte;
mas, quando ao longe vai, vai já envenenado.