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N.° 20


Nota dos Plenipotenciarios Portugnezes aos Minislros dos Gabinetes de Austria, Russia, Gran Bretanha e Prussia, mostrando porque Portugal não devia ser excluido das indemnisações exigidas a França pelo Tratado de 23 de março

Os abaixo assignados, Plenipotenciarios de Sna Alteza Real o Principe Regente de Portugal e do Brazil, receberam a participação official que Suas Altezas e Excellencias, os Ministros dos Gabinetes de Austria, Russia, Gran Bretanha e Prussia, fizeram a honra de lhes enviar com a data de 19 do corrente. Os abaixo assignados não podem deixar de approvar as bases do arranjo que as quatro Potencias acima nomeadas julgaram conveniente propôr ao Governo de Sua Magestade Christianissima, e no qual parece haverem combinado, tanto quanto as circumstancias permittiam, o objecto essencial da coalisão, isto he, o restabelecimento da tranquillidade da Europa sobre bases solidas, que garantissem as justas indemnidades reclamadas por todos os Estados que tiveram parte na alliança.

Os abaixo assignados ficam mui agradecidos aos Ministros de Austria, Russia, Gran Bretanha e Prussia, pela certeza que lhes dão de lhes communicarem a resposta do Governo Francez e todas as mais resoluções a que ella póde dar occasião, afim de estarem habilitados para contribuir, segundo o espirito dos Tratados, para o final resultado das negociações. As quatro Potencias que assignaram o Tratado de alliança de 25 de Março nunca perderam certamente de vista o facto importante que Portugal não só accedeu, por hum Tratado formal, áquella allianca, mas tambem que, na qualidade de parte assignante e pela garantia da execução dos Tratados de Paris e Vienna, deve sem duvida entrar, como huma das partes principaes, em todos os arranjos que se fizerem para rectificar qualquer artigo dos sobreditos Tratados.

Os abaixo assignados, convencidos da importancia das actuaes