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para que da mediação, no passado conflicto, por parte de uma terceira Potencia surtisse o effeito desejado, asseverando ao mesmo tempo o apreço e a confiança inteira, que lhe merecia a offerta do Governo de Portugal.

Inteirado o mesmo Governo do modo por que fôra acolhido o seu offerecimento, com quanto visse n'elle motivos para se lisongear dos sentimentos manifesta dos pelo Governo de Sua Magestade o Imperador, não podia deixar de notar ao mesmo passo certa hesitação, que o induz a duvidar se a sua offerta fôra recusada ou adiada.

Esta incerteza collocou o Governo Fidelissimo na posição desagradavel de não poder dar resposta satisfacloria ás frequentes perguntas, que lhe tem sido feitas pelo Governo Britannico sobre este negocio tão importante.

Espera, pois, o abaixo assignado, e tem ordem formal do Governo do Seu Augusto Soberano para solicitar do Governo Imperial seja servido declarar com a lealdade e franqueza que lhe são proprias, se acceita, recusa ou adia para mais tarde, a mediação do Governo de Sua Magestade El-Rei de Portugal n'esta questão de tanto melindre, a fim de que possa transmittir pelo paquete, que sahirá para Lisboa depois de amanhã, a declaração categorica, que não põe em duvida quererá S. Ex.ª o Sr. Marquez d'Abrantes subministrar-lhe.

O abaixo assignado aproveita esta occasião para offerecer de novo a S. Ex.ª os protestos da sua mais distincta estima e mui subida consideração.

José de Vasconcellos e Sousa.

A S. Ex.ª o Sr. Marquez d'Abrantes[1]

&.ª &.ª &.ª
  1. Ibid. pag. 4. — Veja-se o modelo N.° 38.