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III. Das conveniencias

«Ate aqui temos fallado dos caracteres geraes do estylo que convem a qualquer especie de composição diplomatica. Mas seria conhecer pouco as conveniencias, se julgassemos ter cumprido com os nossos deveres pela observancia d'essas condições, e se não variassemos o theor da nossa linguagem segundo as círcumstancias. A occasião, os costumes, a natureza das relações, o genero do cscripto, a importancia dos negocios, etc., prescrevcm ao verdadeiro estadista as opportunas modificações no seu estylo. Conforme as circumstancias, tera este um caracter de superioridade ou de deferencia e mesmo de respeito, de vigor, de vehemencia, de firmeza, de amizade ou de frieza, de confiança ou de reserva; approximar-se-ha mais ou menos das formas oratorias, ou se conservará mais perto das formas singelas da discussão.

«Para communicar ao estylo a singular excellencia que resulta da devida relação que tenha com as circumstancias, é preciso ter uma aptidão certa e exercitada, ser a todo o tempo senhor de si e das proprias paixões, conhecer o valor dos termos empregados e os meios de variar o estylo; cumpre finalmente ter presentes as formulas particulares

introduzidas pelo uso, em relação ao ceremonial».[1]

  1. H. Meisel, Cours de Style Diplomatique, Tom. I chap. 1.