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QUINCAS BORBA
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QUINCAS BORBA

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Sophia reclinada no eanapé, ria das graças do marido. Criticaram ainda alguns episódios da tarde e da noite; depois, Sophia, acariciando os cabellos do marido, disse-lhe de repente: — E você ainda não sabe do melhor episódio da noite. — Que foi? — Adivinhe. Palha ficou algum tempo calado, olhando para a mulher, a ver se adivinhava qual tinha sido o melhor episódio da noite. Não podia acertar; acudia-lhe isto ou aquillo, nada; Sophia abanava a cabeça. — Mas então que foi? — Não sei; adivinha. — Não posso. Dize logo. — Com uma condição, accudiu ella; não quero zangas nem barulhos. Palha foi ficando mais serio. Zangas? barulhos? Que diabo podia ser? pensava elle. Já se não ria; tinha só um resto de sorriso forçado e resignado. Olhou bem para ella, e perguntou-lhe o que era. — Você promette o que lhe disse? — Vá lá. Que foi? — Pois saiba que ouvi nada menos que uma declaração de amor.