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QUINCAS BORBA

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negocio, — como podia dal-o a outro ou guardal-o. — Pois sim, não tenho duvida, concordou o Rubião. E depois de alguns instantes: — Mas diga-me uma cousa, essa proposta traí algum motivo occulto? é rompimento de pessoas, de amizade... Seja franco, diga tudo... — Que caraminhola é essa? redarguiu o Palha. Separação de amizade, de pessoas... Mas você está tonto. Isto é do balanço do mar. Pois eu, que tenho trabalhado tanto por você, eu que o faço amigo dos meus amigos, que o trato como um parente, como um irmão,havia de brigar á tôa? Aquelle mesmo casamento de Maria Benedicta com o Carlos Maria devia ser com você, bem sabe, se não fosse a sua recusa. A gente pôde romper um laço sem romper os outros. O contrario seria despropósito. Então todos os amigos de sociedade ou de família são sócios de commercio? E os que não forem commerciantes? Bubião achou excellente a razão, e quiz abraçar o Palha. Este apertou-lhe a mão satisfeitíssimo; ia vêr-se livre de um sócio, cuja prodigalidade crescente podia trazer-lhe algum perigo. A casa estava solida; era fácil entregar ao Bubião a parte que lhe perten-^ cesse, menos as dividas pessoaes e anteriores. Besta-