verdadeira; todas as cousas são boas, omnia bona, e adeus.
«Adeus, ignaro. Não contes a ninguem o que te acabo de confiar, se não queres perder as orelhas. Cala-te, guarda, e agradece a boa fortuna de ter por amigo um grande homem, como eu, embora não me comprehendas. Has de comprehender-me. Logo que tornar a Barbacena, dar-te-hei em termos explicados, simples, adequados ao entendimento de um asno, a verdadeira noção do grande homem. Adeus; lembranças ao meu pobre Quincas Borba. Não esqueças de lhe dar leite; leite e banhos; adeus, adeus... Teu do coração
Joaquim Borba dos Santos.»
Rubião mal sustinha o papel nos dedos. Passados
alguns segundos, advertiu que podia ser um gracejo
do amigo, e releu a carta; mas a segunda leitura
confirmou a primeira impressão. Não havia duvida;
estava doudo. Pobre Quincas Borba! Assim, as exquisitices,
a frequente alteração de humor, os impetos
sem motivo, as ternuras sem proporção, não
eram mais que prenuncios da ruina total do cerebro.
Morria antes de morrer. Tão bom! Tão alegre!
Tinha impertinencias, é verdade; mas a doença ex-