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QUINCAS BORBA
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QUINCAS BORBA

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Em poucos minutos, começou o barbeiro a deitar abaixo as barbas do Bubião, para lhe deixar somente a pera e os bigodes de Napoleão III; encarecialhe o trabalho; affirmava que era difficil compor exactamente uma cousa como a outra. E á medida que lhe cortava as barbas, ia-as gabando. — Que lindos fios! Era um grande e honesto sacrifício que fazia, em verdade... — Seu barbeiro, você é pernóstico, interrompeu Rubião. Já lhe disse o que quero; ponha-me a cara como estava. Alli tem o busto para guial-o. — Sim, senhor, cumprirei as suas ordens, e verá que semelhança vae sair. E zás, zás, deu os últimos golpes ás barbas de Rubião, e começou a rapar-lhe as faces e os queixos. Durou longo tempo a operação; o barbeiro ia tranquillamente rapando, comparando, dividindo os olhos entre o busto e o homem. Ás vezes, para melhor cotejalos, recuava dous passos, olhava-os alternadamente, inclinava-se, pedia ao homem que se virasse de um lado ou de outro, e ia ver o lado correspondente do busto. — Vae bem? perguntava Bubião. Lucien pedia-lhe com um gesto que se calasse, e proseguia. Becortou a pera, deixou os bigodes, e