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provar o estado mental de Quincas Borba. Minutos depoìs, arrependeu-se, devia ter entregado a carta. sentía remorsos, pensou em mandal-a á casa do medico. Chamou por um escravo; quando este accudiu, já elle mudára outro vez de idéa; considerou que era imprudencia; o doente viria em breve, — d’alli a dìas, — perguntaria pela carta, arguil-o-hia de indiscreto, de delator... Remorsos faceis, de pouca dura.

— Não quero nada, disse ao escravo. E outra vez pensou no legado. Calculou o algarismo. Menos de dez contos, não. Compraria um pedaço de terra, uma casa, cultivaria isto ou aquillo, ou lavraria ouro. O peor é se era menos, cinco contos... Cinco? Era pouco; mas, emfim, talvez não passasse disso. Cinco que fossem, era um arranjo menor, e antes menor que nada. Cinco contos... Peor seria se o testamento ficasse nullo. Vá, cinco contos!


CAPITULO XI


No começo da semana seguinte, recebendo os jornaes da côrte (ainda assignaturas do Quincas Borba) leu Rubião esta noticia em um d’elles: