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CARTAS INÉDITAS

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Adeus, meu caro amigo. Tenho estado com o nosso Graça Aranha, que trata de estabelecer casa em Petropolis, onde vae trabalhar official e litterariamente; ouvi falar de outro livro, que, para ser bello, não precisa mais que a filiação de Chanaan. O Verissimo está de ha muito restaurado. Eu, se viver do grande golpe, não o deverei menos a V. e ás suas bellas palavras, para o unico fim de resistir; não é que a vida em si me valha muito.

Releve-me a insistencia, e receba um abraço amantissimo do amigo velho

MACHADO DE ASSIS.


Rio de Janeiro, 19 de fevereiro de 1907.

Meu caro dr. Alfredo Pujol.

O nosso Euclydes da Cunha trouxe-me a sua carta com o seu benevolo pedido. Não tendo nenhum retrato moderno, e não valendo dois ou tres antigos e moços que me restam, mandei fazer esse, que lhe envio pelo correio. Deste modo satisfaço com muito gosto um desejo que me honra e commove. Não ha como a boa vontade dos moços para restituir á vida o que os velhos já não acham nella. Tenho tido dessas restituições que me consolam e a sua fica entre as melhores pela expressão do sentimento e pelo valor da pessoa, que é grande.

Releve a demora, e acceite os agradecimentos de um admirador velho,

MACHADO DE ASSIS.


Rio de Janeiro 1 de março de 1907.

Meu prezado confrade dr. Alfredo Pujol.

Aqui tenho e agradeço o seu retrato e a amavel carta que o acompanhou. O meu era-lhe devido pela razão que lá