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Página:Revista do Instituto Archeologico e Geographico Pernambucano, Tomo XII (1905-1906).pdf/596

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foi judiciosamente adoptada por Varnhagen[1] e por Mello Moraes[2].

Não só combina perfeitamente com a aquarella de Antonio Alvares, como só discrepa, em trazer uma estrella em vez de tres, do desenho que, para os Estados Unidos, levou o enviado republicano Antonio Gonçalves da Cruz Cabugá.

Este facto aclara-se, porém, se attendermos a que o augmento das estrellas symbolizava as adhesões das capitanias vizinhas ao movimento pernambucano.

Ao desenho levado por Cabugá, e ainda hoje conservado no archivo da Secretaria dos Negocios Estrangeiros de Washington, acompanham as seguintes explicações em inglez:

«As tres estrellas representam os estados de Pernambuco, Parahiba e Rio Grande do Norte que, segundo as ultimas noticias (5 de Abril) compunham a confederação para a liberdade e independencia. Quando as restantes provincias do reino do Brasil houvérem adherido á confederação, outras estrellas seram collocadas em volta do arco-iris,

O arco-íris tem tres côres, denotando paz, amizade e união, que a confederação offerece aos Portuguezes Europeus e aos povos de todas as nações que viérem pacificamente aos seus portos ou porventura residam nella.

O sol significa que os habitantes de Pernambuco são filhos do sol e vivem sob elle.

A cruz allude ao nome de Santa Cruz dado ao Brasil na épocha do seu descobrimento.»[3]

Muniz Tavares diz: «Erão azul e branco as cores tanto do laço quanto da bandeira; esta dividida horizontalmente em duas partes iguaes, continha no meio da parte branca luma Cruz vermelha indicando ser o Brasil consagrado a aquelle precioso stigma da humana redempção: na outra parte apparecia recamado o Sol em todo o seu

  1. Loc. cit.
  2. Brasil Historico, Vol. II, pag. 41.
  3. — Desenho e explicações communicadas ao Instituto Historico Brasileiro pelo Dr. J. A. Ferreira da Costa e reproduzidos no Tomo LVI. pag. 122, dit respectiva Revista.