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dos quaes um forma a branchiae o outro (flabellum) um appendice destinado no sexo feminino a fixar no seu logar os ovos. As duas primeiras patas do macho terminam em pinças. Cadaum dos ultimos segmentos abdominaes tem um par de espinhos. O ultimo segmento ou telson e comprimido, curto e munido de dous appendices compressos ou verticaes. Vivem n'agua doce.

Packard distingue nesta familia duas subfamilias , os Limnetinos, com o genero Limnetis, caracterisados pela concha globosa sem zonas de crescimento, e os Estherinos cuja concha é oblonga mais ou menos achatada, com zonas distinctas de crescimento, sendo o animal munido de 18—28 pares de patas. Os flagellos da segunda antenna tem 9—10 juntos no genero Eulimnadia, 12—13 no genero Limnadia e 15—20 no genero Estheria.

1. Estheria Ruepell.

Aconcha é dura e opaca ou côr de ambar, munida de vertebras, um tanto subglobosa com numerosas (18—22) linhas de crescimento. A cabeça é grande, larga, sem orgão de adhesão. Flagellos da segunda antenna compridos, estendendo-se além da borda da concha, e compostos de 15 20 juntos. O corpo forte, enchendo a concha. Existem 24-28 pares de patas, das quaes as duas primeiras do maxo são munidos de ganchos, que formam uma mão. Conhecemos do nosso paiz:

Estheria brasiliensis Baird. Brazil.
Estheria Dallasi Baird. Brazil.

Não encontrei ainda especies deste genero no Brasil, tendo as porém encontradas Frenzel na Republica Argentina. Não posso neste momento consultar as respectivas publicações de Baird.

2.º Eulimnadia Packard.

Concha oval, delgada, transparente, sem vertebras e com 4—5 linhas de crescimento só. O numero de