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Página:Rosa - romance brasileiro, t1 (nova ed.).pdf/28

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O que porém tornava mais interessante ainda essa moça, era sobretudo a linguagem de fogo, que fallavão seus olhos, a malicia que ás vezes escorria de seus labios, e em toda ella uma mistura de consciencia da propria belleza com uns longes de modestia angelica.

Bonita e gentil para attrahir olhares e pensamentos, esquiva, travessa e ardilosa para atormentar aquelles que, perdidos por ella, se deixassem arrastar após a cauda de seu vestido, a moça podia comparar-se com a rainha das flores, tanto pela formosura, como pelos espinhos.

Tambem acertaram de lhe dar um nome, que resumia a historia de seus encantos e de sua interessante malignidade ; um nome, que lhe assentava melhor que nenhum outro.

A moça chamava-se Rosa.

IV

O Credito supplementar.

— Então, disse ainda ella da porta onde se deixára ficar parada, com effeito enganei-me.... não brigavão ?...

— Não te enganaste, Rosa, respondeu-lhe sorrindo-se Mauricio ; sahiram mais de vinte vezes fóra da ordem.

— Mas porque?... como ?... tornou ella aproximando-se e descansando sobre o encosto de uma cadeira a mão mais de anjo que do céo tem cahido neste mundo.

— Adivinha.