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Página:Rosa - romance brasileiro, t1 (nova ed.).pdf/37

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Bem sei que sou galante, Que tenho a côr da rosa A voz melodiosa, E o mais celeste olhar. Mas deve arte e riqueza, D'amiga natureza A obra rematar. Papais, que me quer bem, É quem me ha de pagar.

Meu lindo sapatinho, Meu cinto de diamantes, Adereço de brilhantes, Não posso dispensar. Vestidos de mil côres, E sobretudo as flôres, Papai, vá me comprar. Papai, que me quer bem, Tudo isto me ha dar.

— Bravo !... muito bem !... bravissimo !... sublimisso !... exclamou o commendador.

— E agora, meu paizinho disse Rosa correndo para Mauricio ; sim ou não ?....

— Pois ainda ?...

— Mais que nunca : até ha bem pouco pedia, agora exijo.

— Exiges ? !...

— Sem duvida : meu paizinho disse-me que, se hoje á noite eu lhe cantasse sem errar esta nova composição de meu mestre, que elle chama — o canto da vaidosa — havia de dar-me um presente.

— Mas ainda que... ia dizendo Mauricio.

— Errei ?... perguntou a moça.

— Realmente penso que não.

— Pois então quero as flôres por presente.