— Quem é ?... perguntou Faustino com voz de baixo profundo.
— Amicus certus in re incerta cernitur, respondeu alguem da escada.
— Esta voz... mas... não é possivel...
— Entre...
Entrou.
— Juca !...
— Juca !...
— Sr. Juca !...
O livro cahio das mãos e o gato pampa do collo da velha, a penna dos dedos do moço, e a manga do vestido de D. Clara esteve por um triz a arrastar-se pelo chão.
O moço que acabava de entrar chamava-se José, e era effectivamente o Juca mais endiabrado que a Sra natureza tinha querido formar em horas de travessura.
Não podia contar mais de vinte quatro annos : era de estatura mediana, e muito bem feito ; tinha cabellos aloirados, côr rosada, tez fina, olhos negros e buliçosos, boca grande e riquissimos dentes, que alvejavão por entre labios de coral, dos quaes o superior se mostrava debruado com um bigodinho de cadete afeminado.
Vinha vestido de calças brancas sem presilhas, collete côr de canna, gravata preta muito baixa ao pescoço e paletó de merinó côr de vinho.
A expressão physionomica, os modos, os menores movimentos desse rapaz denunciavão á mais rapida vista d'olhos, que era elle tão vivo, talvez mesmo tão bom de coração, como leviano e extravagante.
Mas emfim os abraços e os comprimentos tnhão tido o seu termo.
— Porém, Juca, você por aqui... como é isto ?... perguntava a velha