—« Dorme, meu filho, dorme o teu somno de roza,
Que estás junto de mim!
Depois eu fui crescendo e ensinaste-me, rindo,
As tuas orações.
Esse tempo, meu Deus, foi fugindo... fugindo...
Que tempo d′illusões!
Meu Pae, ao ver-te e a mim, sorria de contente,
Como elle era feliz!
Ai! breve nos deixou... Era velho e doente;
Foi Deus que assim o quiz.
Aquella fronte eburnea, aquelle olhar altivo
Penderam para o chão;
Mas elle não morreu! Eternamente é vivo
No nosso coração.
— Vive, descança em paz, Progenitor honrado
Aos pés do bom Jesus;
Tua esposa viuva e teu filho orphanado
Oram por ti á cruz.
Quantos momentos na vida
Voam na aza do soffrer!
Quanta esperança perdida
Nos faz do mundo descrêr!
Por uma hora de alegria
Eternidades de dôr,
Chamem á vida — magia!
Que en chamo ao mundo — traidor!