algum pintor que percorria os sítios da Tijuca para copiar perspectivas, que mais tarde lhe servissem de assunto a algum quadro a óleo. O álbum de desenho, que o moço trazia habitualmente nos seus passeios a pé, e a aquarela em que ela se julgara reconhecer, deviam com efeito induzi-la àquele engano.
— Foi um dos primeiros estudantes do nosso ano. Moço de grande talento, porém muito pobre; dizem até que foi o tio, o Dr. Costa, quem o ajudou a formar-se.
— Que faz ele agora? perguntou a moça com interesse.
— Não sei. Creio que está aqui advogando; mas perde o seu tempo; não faz nada.
— Por quê? Não tem tanto talento?
— Mas de que lhe serve se ninguém o conhece? Servia-lhe mais ficar com metade do talento que tem, e a outra metade de proteção.
— Como proteção?
— Ora: negociantes que lhe deem boas causas e o recomendem a seus amigos.
A moça, lançando um olhar para o cimo da