Página:Sonhos d'ouro (Volume I).djvu/215

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por outrem, sem o que não se movem, nem se abalam.

Em casa, o Barros era manejado pela mulher; se ela não tinha de véspera à noite apartado sobre um cabide a roupa necessária para o dia seguinte, ele não se vestia, e era capaz de ficar até meio-dia de chambre e chinelas, como já lhe acontecera. Nunca sabia quando tinha fome, e seria escusado perguntarem-lhe; era D. Guilhermina quem lhe regulava o apetite, o sono, e até a moléstia. Uma ocasião, ardendo ele em febre, a mulher o persuadiu de que estava perfeitamente bom; levou-o a um passeio em que apanharam sol e chuva. À noite, quando se recolheram, o homem nada sentia.

Fora de casa, não saindo com ele, entregava-o a mulher a um lacaio de confiança, que o levava a visitas e negócios indicados no rol; ou o conduzia direito ao escritório, onde tomava conta dele o seu jovem sócio e “suplente no mercantil e doméstico”, segundo o maligno Visconde da Aljuba.

Filho do consignatário, onde se arrumara em