encrespava-se, lançando fogo pelas narinas. Ricardo, excelente cavaleiro, conseguiu dominar o primeiro ímpeto, e tocando no chapéu, disse para as moças que se tinham posto ao abrigo subindo a ribanceira da montanha:
— Acho bom chamar o cãozinho!
A Guida deu um estalo com os dedos:
— Cá, Sofia.
— Deixe! disseram as outras rindo.
Pensavam que Ricardo tinha medo do cavalo, e queriam divertir-se com a queda. Não se lembravam, que naquele lugar, à borda de um despenhadeiro, podia ser fatal.
Sofia ouvira a voz da senhora; mas com o seu privilégio de cão mimoso desobedeceu; e investiu contra o Galgo com maior sanha. Ela estava acostumada àquele brinquedo; já tinha mordido o jarrete de muitos cavalos, atirando ao chão os cavaleiros, para divertimento da senhora e suas amigas.
Ricardo, vendo a inutilidade de sua recomendação, deu largas à cólera do Galgo. O brioso cavalo juntou, e atirando-se para a frente de