Página:Sonhos d'ouro (Volume I).djvu/95

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pela força do hábito, o caminho que seguira da vez passada. Chegando ao ponto onde estivera desenhando sobre a grama, procurou o arbusto, que ainda estava coberto dos seus botões de ouro; apenas duas flores desabrochadas brilhavam sobre o ramo verde-escuro.

Notou o moço que junto à planta estava o chão pisado por casco de cavalo; mas não deu grande atenção a essa circunstância, tão vulgar em um sítio onde frequentemente andam animais soltos.

Abriu o álbum na página em que desenhara a cena do primeiro encontro da moça; e cotejando-a com o sítio, corrigiu alguns traços do arvoredo, não porque eles prejudicassem a beleza do quadro, mas por um capricho de artista. A paisagem era uma cópia e não uma fantasia; queria que fosse o mais exata possível.

Tinha concluído esse trabalho e estava examinando os botões de ouro e as flores abertas, quando repercutiu o tropel de uma cavalgata. Eram com efeito diversas pessoas, senhoras e homens, que iam de passeio rindo e conversando.