Página:Sonhos d'ouro (Volume II).djvu/163

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— Esse lugar já está tomado, papai.

— O jantar!... gritou o Daniel na porta.

— Brejeira! murmurou Soares fazendo cócegas nas faces de Guida.

Sentaram-se os convidados à mesa, onde o cozinheiro teve o talento de concentrar os espíritos na mais séria das preocupações da vida àquela hora crítica do jantar. Assim já poucos se lembravam que ali tinham ido para outra cousa que não fosse apreciar a boa mesa do Soares.

— Aposto que está muito curioso de saber o segredo? disse Guida a Ricardo que lhe ficava ao lado.

— Confesso que tenho alguma curiosidade; mas por um motivo que não supõe.

— E se eu adivinhar?

— Tem muitas prendas para que lhe desse mais essa a natureza.

— O senhor suspeita que o segredo é uma brincadeira, um logro.

— Pior do que isso. Antes de ter o prazer de conhecê-la, ouvi falar da anedota de um médico, que