— O que dizia a carta? perguntou a mulher do Barros.
— Não devia ter dado a notícia, disse Fábio arrependido; mas como sempre se havia de saber...
— Decerto. Que mal faz?
— Quanto à carta, não posso. Ricardo não me perdoaria.
— Essa é a confiança que lhe mereço? disse D. Guilhermina queixosa.
— Se fosse meu, não hesitaria. Mas este segredo não me pertence.
— E pertencia-me a mim a afeição que lhe dei?
— Direi, com uma condição.
— Por negócio, dispenso.
E a moça deu ao talhe uma lânguida inflexão que era o irresistível condão de sua beleza.
— Pois bem, à senhora eu conto, disse o moço correndo o olhar em torno.
Guida, já sobre si, tivera o cuidado de colher a cauda do vestido e ocultar-se por detrás do pedestal de bronze, de modo que Fábio não se apercebeu de sua presença.