Durante as horas do trabalho, a agitação da cidade, o movimento dos negócios, o rumor das ruas, distraíram o moço. À tarde, porém, a lembrança que despontara pela manhã, tornou-se em necessidade imperiosa: e ele não pôde resistir.
Deixou-se levar à toa, como um batel que voga ao fluxo das águas. Chegando à Praia de Botafogo, apeou-se do bonde e seguiu a pé até o portão do palacete. Foi depois de entrar, que se lhe apresentou a estranheza do passo.
Só a convite, e de longe em longe, viera à casa do Soares; nunca tinha frequentado as reuniões de todas as noites, nem mesmo as partidas semanais do banqueiro. Que explicação tinha pois essa visita avulsa e sem causa?
O resultado da reflexão foi sair apressadamente, receoso de que o vissem. Não tinha porém dado cem passos, que já se arrependera de não haver realizado o primeiro intento, e moderou o andar, pensando em retroceder.
Avistou Fábio que saía nessa ocasião; foi-lhe ao encontro. Aí estava o pretexto da visita.
— Vi-te passar. Estava em casa do Soares