— Quando estiver mais forte.
— Tenho tanta vontade! Mas hoje hei de ir; já descansei. Venha conosco! disse pousando o olhar súplice no semblante do moço.
Não era longe a volta a que a moça desejava chegar.
— Lembra-se? perguntou a Ricardo. Aqui nos encontramos pela primeira vez.
— Não esqueceu?
— E a nossa flor... Ainda estará no mesmo lugar?
Ricardo rompeu o arvoredo, e procurou:
— Aqui está ela!
Guida aproximou-se.
O arbusto, reverdecido com as águas do inverno, começava a florescência. Nas pontas dos renovos germinavam já os lindos cálices de nácar, com os pingos d'ouro.
Roçou Guida as mãos pelas folhas glabras do arbusto como para sentir-se acariciada pelo doce frolido:
— Sonhos d'ouro! murmurou.
— É verdade! exclamou Ricardo sorrindo.