— Nem se lembrava! disse Guida com leve exprobração.
— Não culpe a pobre florinha, se o vento da tempestade a mirrou e cobriu de pó, tornou Ricardo apanhando os secos despojos da passada floração.
— Estes morreram, murmurou Guida olhando as flores murchas, mas vão renascer. E os meus?...
A voz da moça expirou nos lábios, e exalou-se em um suspiro:
— Os meus nasceram aqui também, porém morreram para sempre!
Ergueu Ricardo surpreso os olhos, e viu o semblante da moça banhado em lágrimas.
— Guida! exclamou ele.
E cingiu-lhe a cintura com o braço para ampará-la, porque a via desfalecer.
— Eu queria morrer aqui! balbuciou ela descaindo-lhe a fronte ao ombro de Ricardo, e reclinando o talhe ao peito onde conchegou-se hirta, sem movimento.
Mudo e estático, Ricardo não sabia o que fizesse; não tinha forças para separar de si o corpo desfalecido,