Página:Sonhos d'ouro (Volume II).djvu/49

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— Está admirando, sr. visconde? perguntou-lhe Guida.

— Estava parafusando uma cousa.

— Não se pode saber? insistiu a moça com malícia.

— O terreno que Deus esperdiçou para fazer mar!

Guida voltou-se com um sorriso para Ricardo que escutara o diálogo:

— É dos meus!

Chegaram à Mesa os copeiros com os petrechos do almoço, que formavam a carga de um burro. O Bastos e o Benício foram dos primeiros a avistar o farnel e deram as alvíssaras aos mais.

Dirigiram-se então os convidados ao bambuzal, onde os esperava um lauto almoço.

O Visconde da Aljuba não perdeu seu tempo. Enquanto devorava o improvisado almoço, ia resmoendo os seus cálculos. Anexara-se à passeata, com surpresa de todos, unicamente para julgar por si da posição do Ricardo em relação a Guida.

Os rapazes, que não podiam nem remotamente perscrutar a intenção do refinado usurário,