o fizesse, havia de coçar-se com a mofina que sem falta os empregados teriam o cuidado de atiçar-lhe nos jornais.
Mas a um homem tão serviçal como o Sr. Benício, quem podia recusar essas liberdades; e quem teria ânimo de censurá-las?
Achava-se o amanuense em toda a parte, mas sobretudo onde havia pessoas a obsequiar; só em dois lugares era ele incerto, e até mesmo vasqueiro: na repartição e na casa de morada. Afora estas exceções, ficava-se tentado a crer que o homem tinha o dom da ubiquidade.
Trazia habitualmente uma grande sobrecasaca de pano azul-ferrete, que era menos uma peça de vestuário, do que um agregado de bolsos. Tinha quatro: dois nas abas e dois no peito, mas de tais dimensões que se tocavam, acolchoando todo o forro, com o chumaço de papéis, lenços, carteiras, fósforos e mil outros objetos de que andava sempre munido, para ter o sumo prazer de obsequiar.
Usava chapéu de copa baixa e abas largas. Esse traste característico tinha pregado