Página:Til (Volume III e IV).djvu/330

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Apeando-se, correu a seu quarto e trancou-se. Luís Galvão compreendeu que ela devia sofrer, e respeitou aquela dor santa, não a importunando com banais consolações. Acendeu um cigarro; e velou o resto da noite fumando.

Na manhã seguinte cada um dos dois consortes, pálido, como espectro que abandona o túmulo, viu refletir-se no outro a desolação que em si produzira aquela noite fatal.

D. Ermelinda chegou-se com um triste, porém meigo sorriso, e apertando a mão do marido, murmurou-lhe ao ouvido:

— Meu amigo, é preciso reconhecer a sua... a nossa filha!...

Arrasaram-se de lágrimas os olhos de Luís, que apertou estremecidamente a mulher ao coração, erguendo os olhos ao céu.