Página:Ultimos Sonetos.pdf/97

Wikisource, a biblioteca livre


VINHO NEGRO


O vinho negro do immortal peccado
Envenenou nossas humanas veias
Como fascinações de atras sereias
De um inferno sinistro e perfumado.

O sangue canta, o sol maravilhado
Do nosso corpo, em ondas fartas, cheias,
Como que quer rasgar essas cadeias
Em que a carne o retem acorrentado.