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de modo diverso. O discurso da coroa tem de dizer alguma coisa ao Pais.

Mas o quê? factos da vida política? da acção civilizadora? do pensamento público?

Como? se nada se fez, nada se civilizou, nada se pensou! O discurso da coroa, nesta falta de significativos factos da vida pública, tem de recorrer aos cancãs interessantes da vida particular. Não podendo falar como uma página de história, conversa como uma tagarelice do Chiado. O seu dever com efeito é resumir tudo o que politicamente se fez no interregno parlamentar. Mas se nesse interregno o facto mais característico da vida nacional foi o partir para o Porto a companhia do teatro do Ginásio, que remédio senão que o discurso da coroa dê parte desse sucesso constitucional?

E ainda veremos, querendo Deus, o discurso da coroa, assim concebido:

«Dignos pares e senhores deputados da Nação:

— É com o maior prazer que me acho no meio de vós. O sr. conselheiro Pestana partiu para Vizela. Vai publicar-se brevemente um novo jornal, intitulado o Brado da

Lourinhã. Chegou o brigue Carolina. Há hoje dobrada na Rua Augusta, nº108. O cambista Fonseca espera os seus fregueses. Vamos ocupar-nos com todo o afinco da questão da fazenda.

«Está aberta a sessão.»