Página:Uma campanha alegre v1 (1890).pdf/155

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o soldado vive com o povo: saiu dele, volta brevemente para ele: está com ele no contacto de todos os dias, bebe nas mesmas tabernas, canta as mesmas cantigas, brinca nas mesmas romarias, é ainda um cidadão. Não espingardeia o cidadão! Quando muito, nunca lhe paga o vinho.

De modo que o exército em Portugal:

E inútil para a guerra;

Inútil para policiar;

Inútil para reprimir uma revolta.

Para que serve? Para gastar 4000 contos.

Há mais: um exército só por si é inútil se não faz parte de uma inteira organização militar.

Onde estão as nossas praças-fortes? A nossa artilharia? Os nossos arsenais? Os nossos campos entrincheirados? As nossas fábricas de armamentos para um caso de perigo? Os nossos fortes? Os nossos caminhos estratégicos? — Nada temos, a não ser o bom senso fechado, a fronteira aberta, e umas peças de artilharia a que deu Jogo

Camões — o que é poético, mas frágil!

Dir-nos-ão: «Mas nós não somos um país militar...

Então façamos o que se deve num país que não é militar. Não gastemos 4 000 contos tão improdutivamente,