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uívoco se pudesse escrever, quando se trata do orgulho nacional e da Baixa.

As relações de Portugal com as suas colónias são originais. Elas não nos dão rendimento algum: nós não lhes damos um único melhoramento: é uma sublime luta — de abstenção!

— Não — exclamam elas com o olhar voltado de revés para a Metrópole — mais rendimento que o deste ano, que é nenhum, não és tu capaz de nos pilhar, malvada!

— Também — responde obliquamente a Metrópole — em maior desprezo não sois vós capazes de estar!

Quando muito, às vezes, a Metrópole remete às colónias um governador: agradecidas, as colónias mandam à mãe-pátria — uma banana. E perante este grande movimento de interesses e de trocas, Lisboa exclama:

— Que riqueza a das nossas colónias! Positivamente, somos um povo de navegadores!

É necessário no entanto fazer justiça à Metrópole. A Metrópole tem certas generosidades consideráveis com as colónias. Assim, com os Açores — que não são uma colónia, mas que pela distância, pelo abandono, pela separação de interesses, têm toda a fisionomia colonial... Portugal para com