os Açores é inesgotável — de desembargadores!
Às vezes os jornais dos Açores, tomando um ar severo, voltam-se para a Metrópole, e gritam-lhe no rosto: madrasta! O reino imediatamente lhes manda, com todo o zelo — dois desembargadores!
Mas daí a pouco os Açores, inquietos, começam a dizer que não seria mau tentar os Estados Unidos! O País ataranta-se; e para lisonjear os Açores, manda-lhe mais desembargadores. De todos os paquetes, os Açores, aterrados, vêem desembarcar turbas de desembargadores. Já aquele fértil solo negreja de desembargadores.
— Basta! — exclamam os Açores sufocados.
— Basta de segunda instância!
E a Metrópole, inexaurível no seu amor, continua impassível a verter-lhe no seio — catadupas de desembargadores!
Igual generosidade para com as possessões de África, verdadeiras e legítimas
Houve este mês um pânico patriótico: julgou-se que íamos perder Macau! A
China, segundo se afirmava, tinha intimado Portugal a evacuar aquela colónia — onde só devia reinar o rabicho. colónias, essas! Para aí o País é inesgotável — de celerados! E celerados escolhidos com inteligência. Um sujeito que tenha tido a baixeza de roubar só 5$000 réis, nunca poderá aspirar a fazer parte da sociedade de Luanda. Para se ser remetido como mimo da
Metrópole é necessário, pelo menos, ter sondado, com a navalha de ponta, as entranhas de um amigo querido!