Sucedeu o caso da corveta Hawks. Era esta corveta uma carcaça britânica, que o
Almirantado mandava vender pela madeira — como se vende um livro pelo peso. Por esse tempo o Governo português — morgado de província ingénuo e generoso — travou conhecimento com a Hawks, e comprou a Hawks. E quando mais tarde, para glória da monarquia, quis usar dela, a Hawks, com um impudor abjecto — desfez-se-lhe nas mãos!
Estava podre! Nem fingir soube! Tinha custado muitas mil libras.
Tentou-se então construir em Portugal. Sabia-se que o Arsenal é uma instituição verdadeiramente informe: nem oficinas, nem instrumentos, nem engenheiros, nem organização, nem direcção. Tentou-se todavia — e fez-se nos estaleiros a Duque da
Terceira. Foi meter máquina a Inglaterra. E aí se descobre que a tenra Duque da
Terceira, da idade de meses, tinha o fundo podre! Foi necessário gastar com ela mais cento e tantos contos.
Nova tentativa. Entra nos estaleiros a Infante D. João. 87 contos de despesa. Vai meter máquina a Inglaterra. Fundo podre! O Arsenal perdia a cabeça! Aquela podridão começava a apresentar-se com um carácter de insistência verdadeiramente antipatriótica! Os engenheiros em Inglaterra já se não aproximavam dos navios portugueses senão em bicos