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Página:Uma campanha alegre v1 (1890).pdf/169

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agiotas, como compete a uma nação do século XIX — e vendamos as colónias.

Sim, sim! bem sabemos! a honra nacional, Afonso Henriques, Vasco da Gama, etc.!

Mas somos pobres, meus senhores! E que se diria de um fidalgo (quando os havia) que deixasse em redor dele seus filhos na fome e na imundície — para não vender as salvas de prata que foram de seus avós? Todos diriam que era um imbecil canalha!

Pois bem, estes 4 milhões de portugueses são os filhos esfomeados do Estado, para quem as colónias estão como velhas salvas de família postas a um canto num armário. E hesitará o Estado em as vender? Sobretudo quando temos de as perder? Se o País se pudesse reorganizar — bem! As colónias seriam no futuro uma força. Mas assim! com esta decadência progressiva, irremissível...

E verdade que se as vendêssemos, o Governo deixaria o País no mesmo estado de miséria, e, como já não tinha colónias — compraria fragatas! Dilema pavoroso! Devemos vender as colónias, porque não temos Governo que as administre; mas não as podemos vender, porque não teríamos Governo que administrasse o produto! Miserere!

E depois se as vendêssemos, que dor para o Sr. Gouveia — que as ama! A quem daria ele então as